Sobre este espaço
"Existem maneiras de pensar, agir e viver que possam ser mais satisfatórias, emocionantes, e principalmente dignas, do que as formas como pensamos, agimos e vivemos atualmente?"
Um de nossos tantos desejos... Se algum material que colocamos aqui, de alguma forma, estimular você a pensar ou sentir algo, pedimos de coração para que você use estas ideias. Copie, mude, concorde, discorde. A intenção deste blog é incentivar o questionamento e a intervenção das pessoas na sociedade. Pegue os textos, tire xerox, CONVERSE mais, faça por você, faça por todos nós, faça por ninguém. E se quiser, entre em contato(conosco, c/ qualquer um, com o meio, c/ a natureza...) Coletiva e humilde-mente - vive em paz, revolte-se!
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sábado, 11 de setembro de 2010
Nem direitos nem humanos
Trecho de um dos textos do livro "O Teatro do Bem e do Mal" de Eduardo Galeano:
"Há mais de meio século as Nações Unidas (ONU) aprovaram a Declaração Universal dos Direitos do Homem, e não há documento internacional mais citado e elogiado.
Não é criticar por criticar: nessa altura, parece-me evidente que a Declaração falta muito mais do que aquilo que tem. Por exemplo, ali não figura o mais elementar dos direitos, o direito de respirar, que se tornou impraticável neste mundo onde os pássaros tossem. Nem figura o direito de caminhar, que já passou a categoria de façanha, ao remanescerem apenas duas classes de caminhantes, os ligeiros e os mortos. E tampouco figura o direito à indignação, que é o menos que a dignidade humana pode exigir quando condenada a ser indigna; e nem o direito de lutar por outro mundo possível, ao tornar-se impossível o mundo tal qual é.
Nos trinta artigos da Declaração, a palavra liberdade é a que mais se repete. A liberdade de trabalhar, receber salários justos e fundar sindicatos. Mas são cada vez mais numerosos os trabalhadores que, hoje em dia, não têm sequer a liberdade de escolher o tempero com que serão devorados.
Não figura na lista o direito de desfrutar dos bens naturais, terra, água, ar, e de defendê-los contra qualquer ameaça. Tampouco figura o direito suicida de exterminar a natureza, exercitado com entusiasmo pelos países que compraram o planeta e estão a devorá-lo. Os demais países pagam a conta, num mundo que tem o costume de condenar as vítimas, a natureza leva a culpa dos crimes que contra ela são cometidos.
‘Toda pessoa tem o direito de circular livremente’, afirma o artigo 13. Circular, sim, Entrar, não. As portas dos países ricos se fecham nos narizes de milhões de fugitivos que peregrinam do sul para o norte, e do leste para o oeste, fugindo das lavouras aniquiladas, dos rios envenenados, das florestas arrasadas, dos mercados despóticos e dos salários nanicos. Uns quantos morrem na tentativa, mas outros conseguem se esgueirar por baixo da porta. E lá dentro, na terra prometida, eles são os menos livres e os menos iguais.
O artigo 28 estabelece que ‘todos temos o direito a uma justa ordem social e internacional’. As mesmas Nações Unidas nos informam, em suas estatísticas, que quanto mais progride o progresso, menos justo se torna.
A Declaração proclama, a realidade trai. Ninguém poderá suprimir nenhum destes direitos, assegura o artigo 30, mas há alguém que bem poderia comentar: ‘Não vê que eu posso?’. Alguém, ou seja: o sistema universal de poder, sempre acompanhado pelo medo que infunde e pela resignação que impõe.
Segundo o presidente Bush, os inimigos da humanidade são o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte, principais candidatos para seus próximos exercícios de tiro ao alvo.
Suponho que chegou a essa conclusão ao cabo de profundas meditações, mas sua certeza absoluta me parece, ao menos, passível de dúvida. E o direito à dúvida, afinal, também é um direito humano, embora não o mencione a Declaração das Nações Unidas.” (Eduardo Galeano)
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Jogar com as armas do inimigo? Impossível quando o inimigo conhece tão bem e a tanto tempo suas próprias armas a ponto de fazer com que elas se pareçam flores.
Cuidado. Algumas flores têm espinhos.
Ass: Magro
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