Não fale comigo sobre sustentabilidade. Você quer questionar a minha
vida, o meu impacto, a minha pegada ecológica? Há um monstro de pé sobre nós,
com uma pegada tão grande que pode pisar o planeta inteiro sob os pés, sem
perceber ou se importar. Este monstro é a Civilização Industrial. Recuso-me a
sustentar o monstro. Para a Terra viver, o monstro deve morrer. Esta é uma
declaração de guerra.
O que estamos tentando
sustentar? Um planeta vivo ou a civilização industrial? Não podemos ter os
dois.
Em algum lugar ao longo
de seu caminho, o movimento ambientalista – com base em um desejo de proteger a
Terra - foi em grande parte engolido pelo movimento da sustentabilidade -
baseado em um desejo de manter nosso estilo de vida confortável. Quando e por
que isso aconteceu? E como é possível que ninguém tenha percebido? Esta foi uma mudança fundamental nos valores, indo de compaixão por todos os seres vivos e
pela terra, para um desejo egoísta de se sentir bem em relação ao nosso modo de
vida inerentemente destrutivo.
O movimento por
sustentabilidade diz que nossa capacidade de suportar é de responsabilidade dos
indivíduos, que devem fazer escolhas de estilo de vida no âmbito das estruturas
da civilização. Alcançar uma cultura verdadeiramente sustentável por este meio
é impossível. A infraestrutura industrial é incompatível com um planeta vivo.
Para a vida na Terra sobreviver, as estruturas políticas e econômicas globais
precisam ser destruídas.
Defensores da
sustentabilidade nos dizem que reduzir nosso impacto, causar menos danos à
Terra, é uma coisa boa a se fazer e que nos sentiremos bem com nossas ações. Eu
discordo. Menos dano não é bom. Menos dano ainda é muito dano. A não ser que
nenhum dano mais seja causado, por qualquer pessoa, não pode haver
sustentabilidade. Sentir-se bem com pequenos atos não ajuda ninguém.
Apenas um quarto de
todo o consumo é realizado por indivíduos. O resto é realizado pela indústria,
agronegócio, exército, governos e corporações. Ainda que todos nós fizéssemos
todo o esforço para reduzir nossa pegada ecológica, isso ainda faria apenas uma
pequena diferença no consumo total.
Se as ações de estilo
de vida defendidas realmente tivessem o efeito de manter nossa cultura de pé por
mais tempo do que de outra forma, então elas iriam causar ainda mais dano ao
mundo natural do que se tais medidas não fossem tomadas. Quanto mais tempo uma
cultura destrutiva for sustentada, mais estrago ela causa. O título desse
artigo não é apenas para chamar atenção e gerar polêmica, ele é, literalmente,
o que está acontecendo.
Quando enquadramos o
debate da sustentabilidade em torno da premissa de que as escolhas de estilo de
vida dos indivíduos são a solução, então o inimigo se torna outros indivíduos
que fizeram escolhas de vida diferentes e aqueles que não têm o privilégio de
escolher. Enquanto isso o verdadeiro inimigo – a estrutura opressiva da
civilização – está livre para continuar suas práticas destrutivas e assassinas
sem nenhuma oposição. Essa não é uma maneira eficaz de criar um movimento
social significativo. Dividir para ser conquistado.
A sustentabilidade é
popular entre as corporações, mídia e governo porque ela se encaixa
perfeitamente em seus objetivos. Mantêm o poder e o crescimento. Faz de você um
bom rapaz. Faz com que as pessoas acreditem que elas têm poder quando na
verdade não têm. Diz a todos para se manterem calmos e seguirem comprando.
Controla a linguagem que é usada para debater as questões. Ao criar e reforçar
a crença de que votar em pequenas mudanças e comprar mais coisas irá resolver
todos os problemas, aqueles que estão no poder têm uma estratégia altamente
efetiva para manter o crescimento econômico e a democracia controlada pelas
corporações.
Aqueles que estão no
poder mantêm as pessoas acreditando que a única maneira que temos de mudar
qualquer coisa é dentro das estruturas que eles mesmo criaram. Eles constroem
essas estruturas de forma que as pessoas nunca possam mudar qualquer coisa dentro
delas. Voto, petições e manifestações todas essas práticas reforçam as
estruturas de poder e nunca poderão fazer mudanças significativas sozinhas.
Essas táticas dão uma escolha para as corporações e governos. Estamos dando
àqueles que estão no poder a escolha de aceitar ou recusar nosso pedido por
reformas mínimas. Animais em fazendas industriais não têm escolha. Milhões de
pessoas que trabalham suando em fábricas na maior parte do mundo não têm
escolha. As 200 espécies que foram extintas hoje também não tiveram escolha. E
ainda assim damos uma escolha aos responsáveis por todos esses assassinatos e
sofrimento. Estamos colocando os desejos de uma minoria rica acima das
necessidades da vida na Terra.
A maioria das ações
mais populares que os defensores propõem para alcançar a sustentabilidade não
têm efeito real, e algumas ainda causam mais danos do que benefícios. As
estratégias incluem reduzir o consumo de energia elétrica, reduzir o uso de
água, criar uma economia verde, reciclagem, construções sustentáveis e fontes de
energia eficientes e renováveis.
Energia elétrica
Nos dizem para
reduzirmos nosso consumo de energia elétrica ou obtê-la a partir de fontes
alternativas. Isso não fará nenhuma diferença para a sustentabilidade de nossa
cultura como um todo, porque a rede elétrica é inerentemente insustentável.
Nenhuma quantidade de redução ou as auto-intituladas fontes renováveis de
energia vão mudar isso. Mineração para produzir fios elétricos, componentes,
dispositivos elétricos, painéis solares, turbinas eólicas, usinas geotérmicas,
fornos de biomassa, hidrelétrica e qualquer outra coisa que seja ligada à rede
elétrica, são todas insustentáveis. A fabricação de todas essas coisas, com
toda a exploração humana, poluição, desperdício, impactos na saúde e na
sociedade geram lucros corporativos. Combustíveis fósseis são necessários para
manter todos esses processos em andamento. Insustentável. Nenhuma quantidade de
escolhas individuais de estilo de vida com relação ao uso e produção de energia
elétrica vai mudar isso. Energia elétrica fora da rede elétrica também não é
diferente – ela precisa de baterias e inversores.
Conservação da água
Banhos mais curtos.
Chuveiros de baixo fluxo. Restrições ao uso de água. Tudo isso é exaltado como
se pudessem fazer A diferença. Enquanto toda a infraestrutura que fornece essa
água – grandes barragens, dutos de longa distância, bombas, esgotos, fossas – é
totalmente insustentável.
Barragens destroem a
vida de uma bacia hidrográfica inteira. É como bloquear uma artéria, impedindo
que o sangue flua para seus membros. Ninguém pode sobreviver a isso. Rios
morrem quando os peixes são impedidos de viajar de lá para cá neles. Toda a
comunidade natural à que esses peixes pertencem morre, tanto a montante quanto
à jusante da barragem.
Barragens causam um
rebaixamento do nível de água, tornando impossível para que as raízes das
árvores cheguem à água. Zonas alagadas dependem de alagamentos sazonais e
colapsam quando barragens acima do rio impedem isso. Resultam em erosão do
fundo e das margens. A decomposição anaeróbica de matéria orgânica em barragens
libera metano para a atmosfera.
Não importa o quão
eficientemente você usa sua água, essa infraestrutura nunca será sustentável. Isso
precisa ser destruído para permitir que essas comunidades se regenerem.
Economia verde
Empregos verdes.
Produtos verdes. Uma economia sustentável. Não. Esse tipo de coisa não existe.
A totalidade da economia global é insustentável. A economia funciona com a
destruição do mundo natural. A Terra é tratada como nada mais do que
combustível para o crescimento econômico. Chamam isso de recursos naturais. E a escolha de algumas pessoas por se retirar dessa economia não faz diferença.
Enquanto essa economia existir, não haverá sustentabilidade.
Enquanto qualquer uma
dessas estruturas existir: energia elétrica, redes de fornecimento de água, economia
globalizada, agricultura industrial – não haverá sustentabilidade. Para
alcançar uma verdadeira sustentabilidade, essas estruturas precisam ser
desmontadas.
O que é mais importante
para você – sustentar um estilo de vida confortável por mais algum tempo ou a
continuação da vida na Terra, para as comunidades naturais que ainda restam e
para as futuras gerações?
Reciclagem
Somos levados a
acreditar que comprar um determinado produto é bom porque a embalagem pode ser
reciclada. Você pode optar por jogar ela em uma lixeira colorida. Não importa
que ecossistemas frágeis estejam sendo destruídos, comunidades indígenas sendo
deslocadas, pessoas em lugares distantes precisem trabalhar em condições de
escravidão, que rios sejam poluídos, tudo só para que essa embalagem exista. Não
importa que ela seja reciclada para se tornar outro produto inútil que irá, em
seguida, para o lixão. Não importa que para reciclar isso seja necessário
transportá-la para longe, usando maquinário que funciona com energia elétrica e
combustíveis fósseis, causando poluição e desperdício. Não importa que se você
colocar algo na lixeira com a cor errada, toda a carga vai para um lixão devido
à contaminação.
Construções sustentáveis
Princípios da
construção sustentável: construir mais casas, mesma que já existam casas
perfeitamente boas suficiente para todos morar. Limpar a terra para construir
casas, destruindo cada coisa viva que antes vivia nessa comunidade natural.
Construir com madeira proveniente de florestas plantadas, que exige que as
florestas nativas sejam exterminadas para que possam ser substituídas por uma
monocultura de pinos onde nada mais pode viver. Usar materiais de construção
que são um pouco menos prejudiciais do que outros materiais. Convencer as
pessoas de que tudo isso é benéfico para a Terra.
Painéis solares
Painéis solares. A mais
recente onda na moda da sustentabilidade. E no verdadeiro estilo sustentável,
incrivelmente destrutivos para a vida na Terra. De onde vêm essas coisas? Você
deveria acreditar que eles são feitos do nada, uma fonte de energia livre e não
poluente.
Se você ousar perguntar
de onde vêm os painéis solares, e como eles são feitos, não será difícil descobrir a verdade. Painéis solares são feitos de metais, plásticos, terras
raras, componentes eletrônicos. Eles exigem mineração, fabricação, guerra,
desperdício, poluição. Milhões de toneladas de chumbo são despejadas em rios e
terras agrícolas em torno das fábricas de painéis solares na China e na Índia,
causando problemas de saúde para os humanos e para as comunidades naturais que ali
vivem. O polisilicone é outro produto residual venenoso e poluente que é
despejado na China. A produção de painéis solares faz com que trifluoreto de
nitrogênio (NF3) seja emitido para a atmosfera. Esse gás tem 17.000 vezes o
potencial de aquecimento global do dióxido de carbono.
As terras raras vêm da
África, e guerras estouram pelo direito de escavar suas minas. Pessoas estão
sendo mortas para que você tenha a sua confortável Sustentabilidade. Os painéis
são fabricados na China. As fábricas emitem tanta poluição que as pessoas que
vivem nas proximidades ficam doentes. Lagos e rios morrem com a poluição. Essas
pessoas não podem beber a água, respirar o ar ou cultivar a terra, como
resultado direto da fabricação de painéis solares. Sua sustentabilidade é tão
popular na China que os aldeões mobilizam-se em massa em protesto contra a
fabricação desses painéis. Eles estão se unindo para invadir as fábricas e destruir os
equipamentos, forçando as fábricas a fechar. Eles valorizam suas vidas mais do
que a sustentabilidade dos ricos.
Painéis duram cerca de
30 anos, então vão direto para o lixão. Mais poluição, mais lixo. Algumas
partes dos painéis solares podem ser recicladas, mas outras não, e ainda têm o
bônus de serem altamente tóxicas. Para serem reciclados, os painéis solares
precisam ser enviados para países onde trabalhadores de baixa renda são
expostos a substâncias tóxicas no processo de desmontagem. O próprio processo
de reciclagem requer energia e transporte, além de gerar produtos residuais.
A indústria de painéis
solares é encabeçada pela Siemens, Samsung, Bosch, Sharp, Mitsubishi, BP,
Sanyo, entre outros. É para eles que as isenções fiscais para painéis solares e as
contas para energia verde estão indo.
Energia eólica
O processamento de
metais lantanídeos (terras raras) necessário para a produção de imãs para as
turbinas eólicas acontece na China, onde as pessoas das aldeias vizinhas lutam
para respirar o ar altamente poluído. Um lago de cinco milhas de largura de
lodo tóxico e radioativo agora toma o lugar de suas terras.
Cadeias de montanhas
inteiras são destruídas para a extração dos metais. Florestas são derrubadas
para erguer turbinas eólicas. Milhões de aves e morcegos são mortos pelas
lâminas. A saúde de pessoas que vivem perto das turbinas é afetada pelos
ruídos.
Como o vento é uma
fonte de energia inconsistente e imprevisível, é necessário um gás de back-up
para disparar a fonte de alimentação. Como o sistema de back-up só funciona de
forma intermitente, é menos eficiente, por isso produz mais CO2 do que se ele
estivesse sendo executado constantemente, se não houvesse turbinas. A energia
eólica soa muito bem na teoria, mas não funciona na prática. Outro produto
inútil que não beneficia ninguém, a não ser os acionistas.
Eficiência energética
E se nós melhorarmos a
eficiência energética? Isso não pode reduzir a poluição e o consumo de energia?
Bem, não. Muito pelo contrário. Você já ouviu falar do paradoxo de Jevon? Ou do
postulado de Khazzoom-Brookes? Estes afirmam que os avanços tecnológicos para
aumentar a eficiência levam a um aumento no consumo de energia, não a uma
diminuição. Eficiência faz com que mais energia esteja disponível para outros
fins. Quanto mais eficiente nos tornarmos no consumo, mais nós consumiremos. Quanto
mais eficientemente trabalharmos, mais trabalho será realizado. E estamos
trabalhando com eficiência em enterrar nós mesmos em um buraco.
Economia de oferta e procura
Muitas ações tomadas em
nome da sustentabilidade podem ter o efeito oposto. Aqui está algo para
refletir: a decisão de uma pessoa de não fazer viagens aéreas, por causa da
preocupação com a mudança climática ou a sustentabilidade, não terá qualquer
impacto. Se algumas pessoas pararem de fazer viagens aéreas, as companhias
aéreas vão reduzir os seus preços, e amplificar sua comercialização, e mais
pessoas vão poder fazer viagens aéreas. E porque eles estão fazendo isso a
preços mais baixos, a companhia aérea tem de fazer mais vôos para alcançar o
lucro que tinha antes. Mais vôos, mais emissões de carbono. E se a indústria enfrentar
problemas financeiros, como resultado da demanda reduzida, ela será socorrida
pelos governos. Esta estratégia de "escolher recusar" não pode
vencer.
A decisão de não fazer
viagens aéreas não está fazendo nada para reduzir a quantidade de carbono que
está sendo emitida, só faz com que você não esteja participando neste caso. E
qualquer pequena redução na quantidade de carbono emitido não faz nada para
deter as mudanças climáticas.
Para realmente ter um
impacto no clima global, vamos precisar impedir cada avião e cada máquina que
queima combustíveis fósseis de operar novamente. E parar cada máquina que
queima combustíveis fósseis está longe de ser o objetivo impossível que pode
parecer. Não vai ser fácil, mas é definitivamente possível. E não é apenas
desejável, mas essencial para que a vida neste planeta sobreviva.
O mesmo vale para
qualquer outro produto destrutivo que podemos optar por não comprar. Carne de
criadouros industriais, óleo de palma, madeira da floresta, alimentos
processados. Enquanto houver produtos a serem vendidos, haverá compradores. A
tentativa de reduzir a procura terá pouco, se algum, efeito. Haverá sempre mais
produtos que chegando aos mercados. Campanhas para reduzir a demanda de
produtos individuais nunca serão capazes de manterem-se. E a cada novo produto,
a crença de que este é uma necessidade, não um luxo, se torna cada vez mais
forte. Posso convencê-lo a não comprar um smartphone,
um laptop, um café? Duvido.
Para interromper a
devastação, precisamos cortar permanentemente o fornecimento de tudo o que a
produção exige. E visar empresas ou práticas individuais não terá qualquer
impacto sobre as estruturas de poder globais que se alimentam da destruição da
Terra. Toda a economia global precisa ser levada à um impasse.
O que você realmente quer?
O que é mais importante
– energia sustentável para você assistir TV, ou a vida dos rios, florestas,
oceanos e animais do mundo? Será que você pode viver sem isso, sem a Terra?
Mesmo se isso fosse uma opção, se você não estivesse fortemente ligado na interconectada
teia da vida, você realmente preferiria ter eletricidade para suas luzes,
computadores e equipamentos, em vez de compartilhar o êxtase de estar com toda
a vida na Terra? Um mundo sem vida, governado por máquinas, é realmente o que
você quer?
Se conseguir o que você
quer requer a destruição de tudo que você precisa - ar e água limpos, comida e
comunidades naturais - então você não vai durar muito tempo, e nem ninguém.
Eu sei o que eu quero.
Eu quero viver em um mundo que está se tornando cada vez mais vivo. Um mundo em
regeneração da destruição, onde todos os anos há mais peixes, aves, árvores e
diversidade do que no ano anterior. Um mundo onde eu possa respirar o ar, beber
dos rios e comer da terra. Um mundo onde os humanos vivem em comunidade com
toda a vida.
A tecnologia industrial
não é sustentável. A economia mundial não é sustentável. Valorizar a Terra
apenas como um recurso para os seres humanos explorar não é sustentável. A
civilização não é sustentável. Se a civilização entrasse em colapso hoje, ainda
seria 400 anos antes da existência humana no planeta tornar-se verdadeiramente
sustentável. Então, se é sustentabilidade genuína que você quer, destrua
a civilização hoje, e continue trabalhando para regenerar a Terra por 400 anos.
Este é mais ou menos o tempo que levamos para criar as estruturas destrutivas
em que vivemos hoje, então é claro que vai demorar pelo menos esse tempo para
substituir estas estruturas por alternativas que beneficiem toda a vida na
Terra, e não apenas a minoria rica. Isso não vai acontecer imediatamente, mas
isso não é motivo para não começar.
Você pode dizer, vamos
apenas abandonar a civilização, construir alternativas, e deixar todo o sistema
apenas desmoronar quando ninguém mais prestar qualquer atenção nele. Eu
costumava gostar dessa idéia também. Mas isso não funciona. Quem está no poder
usa as armas do medo e da dívida para manter seu controle. A maioria das
pessoas do mundo não têm a opção de abandonar isso. Seu medo e dívida os mantém
trancados na prisão da civilização. Seu abandono não pode ajudá-los. A
destruição da estrutura dessa prisão pode.
Nós não temos tempo
para esperar o colapso da civilização. Noventa por cento dos grandes peixes nos
oceanos desapareceram. 99% das florestas antigas foram destruídas. Todos os
dias mais de 200 espécies são extintas, para sempre. Se esperarmos mais, não haverá
peixes, nem florestas, nem vida em qualquer lugar na Terra.
O que você pode fazer?
Espalhe a mensagem.
Confronte as crenças dominantes. Compartilhe esse artigo com todos que você
conhece.
Escute a Terra. Vá
conhecer seus vizinhos não-humanos. Cuidem um do outro. Aja coletivamente, não
individualmente. Construa alternativas, como economias de dádiva, sistemas
policultores de cultivo de alimentos, educação alternativa e governança
comunitária. Crie uma cultura de resistência.
Ao invés de tentar
reduzir a demanda dos produtos de um sistema destrutivo, corte o fornecimento.
A economia é o que está destruindo o planeta, então pare a economia. A economia
global é dependente de um fornecimento constante de energia elétrica, por isso pará-la é (quase) tão fácil quanto desligar um interruptor.
Os governos e a
indústria nunca vão fazer isso por nós, não importa o quão gentilmente pedirmos,
ou quão firmemente pressionarmos. Cabe a nós defender a terra da qual nossas
vidas dependem.
Nós não podemos fazer
isso como consumidores, ou trabalhadores, ou cidadãos. Precisamos agir como
seres humanos, que valorizam a vida mais do que consumir, trabalhar e reclamar
do governo.
Nas palavras de Lierre
Keith, co-autora do livro Deep Green
Resistance, "A tarefa de um ativista não é navegar por sistemas de
poder opressivo com o máximo de integridade pessoal possível, é destruir esses
sistemas."
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Autor: Kim Hill
Tradução: Carlos
Teixeira