Sobre este espaço

"Existem maneiras de pensar, agir e viver que possam ser mais satisfatórias, emocionantes, e principalmente dignas, do que as formas como pensamos, agimos e vivemos atualmente?"


Um de nossos tantos desejos... Se algum material que colocamos aqui, de alguma forma, estimular você a pensar ou sentir algo, pedimos de coração para que você use estas ideias. Copie, mude, concorde, discorde. A intenção deste blog é incentivar o questionamento e a intervenção das pessoas na sociedade. Pegue os textos, tire xerox, CONVERSE mais, faça por você, faça por todos nós, faça por ninguém. E se quiser, entre em contato(conosco, c/ qualquer um, com o meio, c/ a natureza...) Coletiva e humilde-mente - vive em paz, revolte-se!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Por outras interações...

Em meio a toda força que nos leva a não entrar em contato com quem (e o que, talvez) está a nossa volta, passando uns pelos outros de cabeça baixa ou nariz empinado; em meio à correria cotidiana de ir para onde queremos ir e/ou onde somos obrigados a ir (talvez sejam dois lados da mesma moeda); em meio ao tráfego insano de almas pretensamente isoladas, mas profundamente interligadas; em meio ao mosaico de conversas e discussões feitas ao mesmo tempo em lugares diferentes ou em um só lugar; em meio ao dia-a-dia tedioso e revoltante com que nos deparamos... Enfim, em meio a loucura dos dias, acontecem, de vez em quando (ou sempre, se mudarmos o olhar, se olharmos o mudar) situações intrigantes. E instigantes. Seja numa conversa sincera com um amigo, ou num simples olhar, num gesto. Você certamente já deve ter olhado um desconhecido nos olhos e ter sido também mirado no profundo olhar por quem passava ali, enquanto andavam pelas ruas lotadas de gentes indo pra onde quer que estivessem indo. Enquanto, em frações de segundos, não fizeram o habitual desvio do olhar, sentiram algo “estranho”. Podemos sentir (?)!


Porque não fixar um pouco o olhar nas diversas situações, ao invés de viver olhando para as cores publicitárias que são muitas e que nos atordoam os sentidos? Onde está a comunicação se somos tão mediados pelos chamados meios de comunicação(talvez alguns tão imperceptíveis num primeiro momento)? Ou então, por que ficar onde se está? Vivendo (?) todas as situações com uma pré-determinada visão, classificando as pessoas, as situações automática-mente em “isso” ou “aquilo” e pronto.

Esta troca de que falo... é como se pudéssemos nos ver, no outro. Como se as pessoas pudessem sentir ao mesmo tempo, o mesmo sentimento, ligando-se uma na outra. E para além do “mais do mesmo”, pode(ría)mos transformar estas situações, de modo que fizéssemos uma interação nova onde pudéssemos mudar o mundo (por que não? Aonde está o mundo?)... e não mais cumprir os papéis, nem encenar,nem reproduzir, ao menos não a todo o momento...

Uma situação onde ficamos tomados por uma euforia, alegria, ou até angústia, levando em conta que nossas relações hoje são, na sua esmagadora maioria, frias relações econômicas e/ou de poder (EU/vocêNÓS/eles). No mais “micro” do dia-a-dia o progresso da angústia é alimentado, seria difícil pensar como não poderia ser(?)!

Sem papéis a cumprir e nem palavras arrogantes que atrapalhem, sentimos/(vi)vemos o inclassificável. Sentimentos/pensamentos diversos são e podem ser compartilhados de maneira a nos transformar (e nós transformarmos) capazes de caminhar outros caminhos, apesar do eficiente esforço destes dias, que, ao invés de compartilhar tudo, buscam dividir (separar) tudo. Assim, desse jeito em que estamos (somos?), dentro das liberdades/certezas/fortes fraquezas (grades) de cada um (e dentro de uma prisão maior talvez), sem outros tipos de interação, continuamos marchando, colocando tijolo sobre tijolo nos muros que não devem parar... Assim como estamos, presos em nossas liberdades?


Ass: Eu, quem quer que seja isso

Um comentário:

  1. ...por isso sentimos necessidade em tocar nos outros quando estamos no frio e solitário ônibus.Por isso nos damos encontrões pelas lotadas e "vazias" ruas...queremos nos t(r)ocar, sentimos falta de contatos.Nos empurramos para que haja uma troca de olhares mais profundo...para que hajam palavras que tenham mais sentido. Algo mais que um "desculpe".Mas isso não acontece...porque sempre esperamos que isso venha do outro,ao invés de o fazermos!

    ResponderExcluir