O texto que segue, foi retirado do informativo anarquista de pelotas "POVO LIVRE". No blog do coletivo Tranca Rua - aliás, o pessoal que produz o "POVO LIVRE" - está disponível para baixar a versão desta que foi a 10° edição do aperiódico: http://coletivotrancarua.noblogs.org/post/2010/10/01/povo-livre-n%C2%B0-10/
Sem querer falar qual ideologia é melhor, acredito que as ideias e ideais sejam livres e possam ser aprendidas pelas pessoas, que por sua vez, as usam( ou infelizmente são usadas por elas) na sua forma de (vi)ver o mundo.
REFLEXÕES DE UM GRÃO DE AREIA
Para mim, o atual modelo de educação é uma grande tortura que só permite a perpetuação da miséria. Escrevo a partir de algumas experiências que tive e ainda tenho em escolas. A escola em quase todos os seus âmbitos é castradora e asfixiante e não proporciona, na maioria das vezes, as vivências que na minha opinião são básicas para a sobrevivência: plantar, cuidar, colher e observar uma plantinha, por exemplo. Ao invés disso reproduz os modelos de prêmios e castigos, vencedores e perdedores, inteligentes e burros. Uma nova criação estética é o mínimo que se espera de cada um@ d@s autor@s, acadêmic@s ou não, que já, há muito tempo, observaram e criticaram este sistema. O fato é que as escolas, mesmo com os discursos mais “progressistas”, praticam um ensino reprodutivo da miséria humana. Não podemos esquecer, porém, que a escola é formada por pessoas que assumem o papel de carrasc@ ou se consideram indiferentes ou impotentes. Optar pela apatia não é “não escolher”, mas se deixar levar pelas correntes dos fatos que nos trouxeram ao nosso atual estado de incoerências e desolações.
Sabemos que o E$tado obriga e controla que “toda criança esteja na escola” e de fato é isso que acontece: a escola gerencia o universo das crianças, sem esquecer do importante papel da mídia de massas (principalmente televisão, e mais recentemente, a internet) nesse gerenciamento. É a escola que afirma ou confirma a maneira “certa de viver”, ou seja: respeitar hierarquias, produzir o conhecimento passivamente, estimular a competição e principalmente, subestimar a capacidade das crianças.
Existe uma pressão para que @ jovem comece a trabalhar o quanto antes: por parte da família para que el@ ganhe “seu próprio dinheiro” e por parte das articulções capitalísticas (e$cola, E$tado, mídia...) que precisam da mão-de-obra barata e submissa e da energia d@ jovem. A escola antes tinha o explícito objetivo de preparar para o mercado de trabalho e hoje de preparar para a “vida”, que nada mais é do que o trabalho, a família nuclear (padrão pai, mãe, filh@s, cada um@ com um papel bem definido), a submissão às leis, regras, normas e hierarquias. Dessa forma a escola se constitui com um conjunto de regras muito bem definidas em que as crianças não têm participação nenhuma na elaboração. Além disso, a atomização e especialização do trabalho e da “cadeia produtiva” levam @s indivídu@s a saberem quase que unicamente sobre aquilo com que trabalham, nesse sentido a escola (com raras exceções) se resume a ensinar o “conhecimento técnico-científico”, usual unicamente nos aglomerados urbanos, capitalistas, nacionalistas, machistas e etc.
Este ciclo de degradação, do qual eu também já fiz parte como alun@ e cidadã@ tem de ser rompido se queremos uma vida melhor para nós. Na minha opinião uma vida melhor é aquela que me possibilita liberdade e autonomia. Liberdade para fazer aquilo que acho massa e autonomia para me emancipar em todos os sentidos e poder assim desenvolver todas as minhas potencialidades. Enquanto seres vivos que somos, autonomia e autogestão podem se confundir. Escrevo isso porque penso na comida, nos nossos alimentos, ou seja, na nossa auto suficiência. Tendo as coisas básicas para sobreviver (um local para morar [terra], água, alimentos de verdade), podemos nos ocupar em produzir outras coisas (música, poesia, artesanato), passar o que sabemos adiante, em resumo, podemos fazer o que quisermos. Estou convencido de que uma vida de princípios anarquistas, agroecológicos, permaculturais... pode nos integrar à natureza, e a partir do apoio mútuo e da autogestão podemos tod@s viver muito melhor.
Creio que devemos voltar a produzir nosso próprio alimento, sem o uso de qualquer produto químico (agro-Tóxico) e sem o consumo de combustíveis fósseis (ga$olina, óleo die$el e etc.) Qualquer recurso não renovável que seja utilizado é uma incoerência muito grande, visto que a natureza já proporciona todos os recursos (renováveis) que precisamos para viver. As monocultura$ e os latifúndio$ do agronegócio, aliados aos “avanços” técnico-científicos, só tem exaurido os solos, rios, lagos, dizimado matas, florestas e produzido alimentos envenenados. Vamos okupar as terras! Algumas pesquisas têm dito que o cultivo agroecológico (quanto mais complexo melhor) é mais produtivo que o convencional, além de preservar o que é nativo, não usar veneno e usar ao mínimo os combú$tíveis fó$$eis. Na minha opinião isso só pode dar certo diminuindo consideravelmente também o consumo de carne, não só por uma questão de respeito à vida, mas também porque em termos de produção de alimento, a criação de animais é um fracasso (pela proporção: quantidade de alimento/espaço) .
Enquanto existir a monocultura e o latifúndio, geridos por essa lógica do lucro e acumulação, vai existir a fome e a miséria. Com a população do tamanho que está hoje, para algun@s terem tanto, muit@s não podem ter nada. Nas minhas “práticas educativas” tento passar a diante os princípios anarquistas e agroecológicos, propondo uma nova forma de se relacionar e viver.
Hoje estou confiante de que essas idéias podem se multiplicar a ponto de quebrarmos essa corrente do capitalismo. Mas não podemos esquecer das crianças que na maioria das vezes não tem nenhum contato com as ideias e ações libertárias, mesmo que muitas também sonhem com a anarquia, à sua maneira. Por isso proponho que okupemos também os locais de convívio e “aprendizagem” das crianças, e criemos novos espaços, para subvertermos essa ordem perversa na qual as crianças nascem e crescem.
Existe uma pressão para que @ jovem comece a trabalhar o quanto antes: por parte da família para que el@ ganhe “seu próprio dinheiro” e por parte das articulções capitalísticas (e$cola, E$tado, mídia...) que precisam da mão-de-obra barata e submissa e da energia d@ jovem. A escola antes tinha o explícito objetivo de preparar para o mercado de trabalho e hoje de preparar para a “vida”, que nada mais é do que o trabalho, a família nuclear (padrão pai, mãe, filh@s, cada um@ com um papel bem definido), a submissão às leis, regras, normas e hierarquias. Dessa forma a escola se constitui com um conjunto de regras muito bem definidas em que as crianças não têm participação nenhuma na elaboração. Além disso, a atomização e especialização do trabalho e da “cadeia produtiva” levam @s indivídu@s a saberem quase que unicamente sobre aquilo com que trabalham, nesse sentido a escola (com raras exceções) se resume a ensinar o “conhecimento técnico-científico”, usual unicamente nos aglomerados urbanos, capitalistas, nacionalistas, machistas e etc.
Este ciclo de degradação, do qual eu também já fiz parte como alun@ e cidadã@ tem de ser rompido se queremos uma vida melhor para nós. Na minha opinião uma vida melhor é aquela que me possibilita liberdade e autonomia. Liberdade para fazer aquilo que acho massa e autonomia para me emancipar em todos os sentidos e poder assim desenvolver todas as minhas potencialidades. Enquanto seres vivos que somos, autonomia e autogestão podem se confundir. Escrevo isso porque penso na comida, nos nossos alimentos, ou seja, na nossa auto suficiência. Tendo as coisas básicas para sobreviver (um local para morar [terra], água, alimentos de verdade), podemos nos ocupar em produzir outras coisas (música, poesia, artesanato), passar o que sabemos adiante, em resumo, podemos fazer o que quisermos. Estou convencido de que uma vida de princípios anarquistas, agroecológicos, permaculturais... pode nos integrar à natureza, e a partir do apoio mútuo e da autogestão podemos tod@s viver muito melhor.
Creio que devemos voltar a produzir nosso próprio alimento, sem o uso de qualquer produto químico (agro-Tóxico) e sem o consumo de combustíveis fósseis (ga$olina, óleo die$el e etc.) Qualquer recurso não renovável que seja utilizado é uma incoerência muito grande, visto que a natureza já proporciona todos os recursos (renováveis) que precisamos para viver. As monocultura$ e os latifúndio$ do agronegócio, aliados aos “avanços” técnico-científicos, só tem exaurido os solos, rios, lagos, dizimado matas, florestas e produzido alimentos envenenados. Vamos okupar as terras! Algumas pesquisas têm dito que o cultivo agroecológico (quanto mais complexo melhor) é mais produtivo que o convencional, além de preservar o que é nativo, não usar veneno e usar ao mínimo os combú$tíveis fó$$eis. Na minha opinião isso só pode dar certo diminuindo consideravelmente também o consumo de carne, não só por uma questão de respeito à vida, mas também porque em termos de produção de alimento, a criação de animais é um fracasso (pela proporção: quantidade de alimento/espaço) .
Enquanto existir a monocultura e o latifúndio, geridos por essa lógica do lucro e acumulação, vai existir a fome e a miséria. Com a população do tamanho que está hoje, para algun@s terem tanto, muit@s não podem ter nada. Nas minhas “práticas educativas” tento passar a diante os princípios anarquistas e agroecológicos, propondo uma nova forma de se relacionar e viver.
Hoje estou confiante de que essas idéias podem se multiplicar a ponto de quebrarmos essa corrente do capitalismo. Mas não podemos esquecer das crianças que na maioria das vezes não tem nenhum contato com as ideias e ações libertárias, mesmo que muitas também sonhem com a anarquia, à sua maneira. Por isso proponho que okupemos também os locais de convívio e “aprendizagem” das crianças, e criemos novos espaços, para subvertermos essa ordem perversa na qual as crianças nascem e crescem.
Bobe Bleque
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