Segue abaixo um fragmento de um artigo de autoria de Filipe Freitas. O texto aborda a possibilidade de transformação que a Educação Ambiental tem neste século XXI. Com uma linguagem simples e instigante, o texto foca-se na ecoalfabetização e na permacultura como modelos de base conceitual e de sistema produtivo sustentáveis. Para fazer o download do artigo inteiro (que tem 6 páginas) clique neste linke: http://www.4shared.com/file/LQ8wpEvD/ecoalfabetizacao-e-permacultur.html
“Acredito que a harmonia com a natureza é possível somente se abandonarmos a idéia de superioridade sobre o mundo natural. Levi Strauss disse que o nosso erro mais profundo é o de sempre julgarmo-nos ‘mestres da criação’, no sentido de estarmos acima dela. Não somos superiores a outras formas de vida; todas as criaturas vivas são uma expressão de Vida. Se pudéssemos ver essa verdade, poderíamos entender que tudo que fazemos a outras formas de vida, fazemos a
nós mesmos. Aquela cultura que compreende isso, jamais, salvo necessidade absoluta, destruirá qualquer ser vivo.” Mollison
Se focarmos nossa atenção no comportamento da sociedade, vamos constatar que estes princípios que promovem a sustentabilidade no âmbito dos ecossistemas não são observados no contexto cultural da humanidade. Vejamos estes princípios:
1. Interdependência – O sucesso de uma comunidade depende do sucesso de cada um de seus membros e o sucesso de cada um dos membros depende do sucesso da comunidade como um todo.
Enquanto as comunidades ecológicas se desenvolvem a partir de um senso de interligação essencial entre seus membros, a cultura humana privilegia uma pequena parte às custas do equilíbrio e da satisfação de necessidades da grande maioria.
2. Ciclos – A natureza recicla tudo, considerando todo resíduo como recurso.
Enquanto as comunidades ecológicas estabelecem ciclos nos quais o resíduo de uma espécie é alimento de outra e, desse modo, os ecossistemas permanecem livres de lixo e rejeito, as comunidades humanas alimentam uma ilusória crença de um crescimento ilimitado às custas dos recursos da Terra, extraindo-os, transformando-os e descartando-os sem que haja um olhar cuidadoso para trazer estes recursos de volta aos ciclos produtivos.
3. Parceria – A natureza recompensa a cooperação. A aliança é uma característica essencial das comunidades sustentáveis.
Enquanto nos ecossistemas maduros as trocas de energia e recursos materiais são sustentadas por uma cooperação generalizada e arranjos intrincados de coevolução, nas comunidades humanas se desenvolveram uma visão econômica que reforça a competição e a dominação e uma visão cultural focada numa suposta escassez estrutural que dá poder aos que têm recursos e fragiliza quem não os tem.
4. Diversidade – A natureza confia na complexidade e valoriza as diferenças.
Enquanto as comunidades ecológicas tornam-se estáveis e recuperam-se dos desequilíbrios por meio da diversidade de suas relações, identificando as perspectivas diferentes como riqueza e vigor do sistema, nas comunidades humanas há uma forte tendência à eliminação da diversidade e uma homogeneização biológica e cultural, com a coexistência de perspectivas diferentes gerando atrito e preconceito.
5. Flexibilidade e Equilíbrio Dinâmico – A natureza inibe os excessos, transformando-se constantemente para conservar sua essência adaptativa e criativa.
Enquanto a natureza está em constante processo de transformação, com os elementos se formando e se desintegrando, se organizando e se dissipando em uma constante dança de nutrientes, a humanidade mantém uma postura cultural de rigidez e apego às antigas estruturas, reforçando práticas nocivas e resistindo às mudanças.
É provável que a não observância desses princípios seja uma das causas essenciais de estarmos destruindo o ambiente do qual dependemos. Como diz o físico Fritjof Capra, “a sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização ecológica, da nossa capacidade de entender esses princípios da ecologia e viver em conformidade com eles”.
Tentando olhar para nós mesmos de uma forma mais sincera, podemos sentir desespero em relação ao estágio que a nossa civilização chegou. Mas ao mesmo tempo que sentimos angustia em constatar a nossa ignorância(no sentido de ignorar), também podemos entrar em contato com pessoas e saberes que proporcionam uma esperança ativa em prol de um modo de vida mais saudável - em um sentido amplo e profundo.
Ass: Matheus
Sobre este espaço
"Existem maneiras de pensar, agir e viver que possam ser mais satisfatórias, emocionantes, e principalmente dignas, do que as formas como pensamos, agimos e vivemos atualmente?"
Um de nossos tantos desejos... Se algum material que colocamos aqui, de alguma forma, estimular você a pensar ou sentir algo, pedimos de coração para que você use estas ideias. Copie, mude, concorde, discorde. A intenção deste blog é incentivar o questionamento e a intervenção das pessoas na sociedade. Pegue os textos, tire xerox, CONVERSE mais, faça por você, faça por todos nós, faça por ninguém. E se quiser, entre em contato(conosco, c/ qualquer um, com o meio, c/ a natureza...) Coletiva e humilde-mente - vive em paz, revolte-se!
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Viver COM a natureza, e não CONTRA ela.
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Lembro destas boníssimas palavras de uma das ótimas pessoas mencionadas nesse texto, Fritjof Capra: nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo; de fato, sempre foi somente assim que o mundo mudou.
ResponderExcluirAbraço!
Saúde e sorte!
Raissa Diniz