Sobre este espaço

"Existem maneiras de pensar, agir e viver que possam ser mais satisfatórias, emocionantes, e principalmente dignas, do que as formas como pensamos, agimos e vivemos atualmente?"


Um de nossos tantos desejos... Se algum material que colocamos aqui, de alguma forma, estimular você a pensar ou sentir algo, pedimos de coração para que você use estas ideias. Copie, mude, concorde, discorde. A intenção deste blog é incentivar o questionamento e a intervenção das pessoas na sociedade. Pegue os textos, tire xerox, CONVERSE mais, faça por você, faça por todos nós, faça por ninguém. E se quiser, entre em contato(conosco, c/ qualquer um, com o meio, c/ a natureza...) Coletiva e humilde-mente - vive em paz, revolte-se!

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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Earth First




Com o progresso da crítica cultural, novas formas de se opor ao sistema vêm se desenvolvendo. Uma manifestação singular desse descontentamento social é expressada pelo movimento Earth First. Acho relevante disseminar essas manifestações, apesar de ser sempre necessário se fazer uma critica quanto ao que é apresentado. Só assim não corremos o risco de sermos levados para corrente sem nem ao menos saber qual o destino.  Ai vai um pouco do que "é" o movimento:

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Earth First!
PORQUE EARTH FIRST?
Você está cansado de grupos ambientais piegas? Você está cansado de ambientalistas corporativos super-pagos que pelam o saco dos burocratas e da indústria? Você foi desabilitado pela abordagem reducionista de profissionais ambientais e cientistas?

Se você respondeu sim a qualquer uma destas perguntas, então Earth First! é para você. Earth First! é efetivo. Nossa linha de frente, a abordagem de ação direta para proteger a vida selvagem consegue resultados. Nós tivemos sucesso em casos onde outros grupos ambientais desistiram, e chamamos a atenção pública às crises afrontando o mundo natural.

Earth First! foi fundado em 1979, em resposta a uma comunidade ambientalista letárgica, transigente e crescentemente corporativa. Earth First! tem uma conduta decididamente diferente em relação aos problemas ambientais. Nós acreditamos em usar todas as ferramentas disponíveis, se estendendo desde organizar o povão e o envolvimento no processo legal até a desobediência civil e a danificação de equipamentos.

Earth First! é diferente de outros grupos ambientais. Aí estão algumas coisas para se ter em mente sobre o Earth First! e algumas sugestões para ser um Earth First!er ativo e útil: Primeiro de tudo, Earth First! não é uma organização, e sim um movimento. Não existem "membros" do Earth First!, somente Earth First!ers. É uma convicção no biocenrismo de que a vida (a Terra) vem primeiro, e um exercício de pôr as nossas convicções em ação.

Embora haja uma ampla diversidade dentro do Earth First! (de vegans defensores dos direitos dos animais a guias de caças em selvas, de sabotadores a atentos seguidores de Gandhi, de gentalha bêbada da roça a filósofos pensativos, de misantropos a humanistas), há acordo em uma coisa, a necessidade de ação!

EARTH FIRST É DIFERENTE!
Para começar, nós não acreditamos que é suficiente preservar uma parte da nossa vida selvagem remanescente. Nós precisamos preservá-la toda, e é tempo de recriar vastas áreas selvagens em todos os ecossistemas do planeta: identificar áreas-chave, fechar estradas, remover aproveitamentos e reintroduzir as espécies animais extirpadas.

Não é suficiente nos opormos à construção de novas barragens. É tempo de libertar os nossos rios algemados e derrubar Hetch Hetchy, Glen Canyon, New Melones, Tellico e outras monstruosidades de concreto.

Enquanto muitos grupos ambientais são membros do establishment político americano e adotam essencialmente a visão de mundo antropocêntrica (centrada no ser humano) da civilização industrial, nós dizemos que as idéias e manifestações da civilização industrial são anti-Terra, anti-mulher e anti-liberdade. Nós estamos desenvolvendo um novo paradigma biocêntrico baseado no valor intrínseco de todas as coisas da natureza: a Ecologia Profunda. Earth First! acredita na vida selvagem por si mesma.

Fazer lobbies, processos judiciais, escrever cartas e documentos de pesquisas são importantes e necessários. Mas não são o suficiente. Os Earth First!ers também usam a confrontação, o teatro engajado, a ação direta e a desobediência civil para lutar pelas áreas selvagens e processos vitais. E, embora não ignoremos ou condenemos a danificação de equipamentos, a ecotagem ou outras formas de destruição de propriedade, nós apresentamos um fórum para a troca de idéias de oposição criativa ao ídolo do progresso, incluindo idéias sobre danificação de equipamentos.

Para evitar a cooptação, nós achamos necessário evitar a estrutura organizacional corporativa tão facilmente abraçada por muitos grupos ambientais. Earth First! é um movimento, não uma organização. Nossa estrutura é não-hierárquica. Nós não temos uma "equipe profissional" bem paga ou uma liderança formal. Dizendo mais simplesmente, a terra deve vir primeiro.

O QUANTO PROFUNDA É A SUA ECOLOGIA?
Uma coisa é certa quando tende a preservar a integridade, a estabilidade e a beleza da comunidade biótica . Ela é errada quando tende a outra coisa. (Aldo Leopold)

O insight central de John Muir e da ciência da ecologia foi a compreensão de que todas as coisas são conectadas, relacionadas; que os seres humanos são meramente uma das milhões de espécies que foram formadas pelo processo de evolução por três e meio bilhões de anos. Com esta compreensão, podemos responder melhor à questão "Por que a vida selvagem?"

É porque a vida selvagem dá belos cartões postais? Porque ela protege as bacias hidrográficas para o uso da vazante pela agricultura, a indústria e as casas? Porque ela tira as teias de aranha da nossa cabeça depois de uma longa semana na fábrica de automóveis ou diante do terminal de vídeo? Porque ela preserva as oportunidades de extração de recursos para as futuras gerações de humanos? Porque alguma planta desconhecida que vive no ermo pode conter a cura do câncer?

Não. É porque a vida selvagem existe. Porque ela é o mundo real, o fluxo da vida, o processo da evolução, o repositório destes três bilhões e meio de anos de viagem compartilhada.

Todas as coisas da natureza têm valor intrínseco, importância inerente. O seu valor não é determinado pelo barulho que elas farão soar na caixa registradora, nem se elas são boas ou não. Elas são. Elas existem. Por si mesmas. Sem consideração com qualquer valor real ou imaginado para a civilização humana.

Ainda mais importante que a criatura selvagem individual é a comunidade selvagem interconectada – a vida selvagem, o fluxo de vida não-impedido pela interferência industrial ou pela manipulação humana. Estes temas gêmeos da interconexão e do valor instrínseco formam o âmago das idéias de pensadores ecológicos pioneiros tais como John Muir, Aldo Leopold e Rachel Carson, e são a base da ação dos Earth First!ers. Esta visão de mundo biocêntrica, oposta ao paradigma antropocêntrico da civilização (e à posição reformista dos grupos ambientais do mainstream), tem sido desenvolvida na filosofia da Ecologia Profunda por filósofos como Arne Naess, da Noruega, John Seed, da Austrália, Alan Drengson, do Canadá e George Sessions, Bill Devall, Dolores LaChapelle e Gary Snyder, dos Estados Unidos, entre outros.

Earth First!, resumindo, não opera sobre a base do pragmatismo político, ou do que é percebido como possível. A vida selvagem não é algo que possa ser comprometido na arena política. Nós somos defensores sem pedir desculpas do mundo natural, da Terra.


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Link do Earth First!: http://www.earthfirst.org/

Ass: MagrO

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

TEXTO: O Tao da Subversão

Texto encontrado na internet de autoria de Janos Biro, organizador do blog "Uma Nova Cultura".


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O Tao da subversão
Por Janos Biro
A arte de ser perigoso e discreto ao mesmo tempo
1. Levantar uma bandeira é se tornar um alvo fácil. Imagine o quanto é útil para um sistema de controle que todos os seus inimigos declarem expressamente suas intenções e levantem bandeiras vermelhas para mostrar precisamente seu número, localização e direção. Além disso, contanto que fiquem apenas gritando e expressando sua revolta, eles são inofensivos. E se eles encherem demais o saco, o sistema de controle sempre pode dar algo descartável para eles morderem. Não se pode mudar radicalmente a sociedade jogando o jogo deles. Identificar todos os descontentes e deixá-los aliviarem sua raiva atacando um fantoche com cara de bobo ao invés de atacar a visão de mundo que sustenta todo o sistema de controle é a grande defesa da civilização.

2. Invisibilidade. Quem terá deixado de notar os políticos raramente dizem o que realmente pensam? Eles protegem suas intenções reais por detrás de um discurso sobre justiça social e coisas que tocam. Apenas aqueles que o conhecem em sua intimidade sabem o que eles realmente querem. Mas se por um lado não podemos dar bandeira, por outro não podemos nos esconder numa nuvem escura de retórica, como eles fazem. A solução é manter-se nas entrelinhas. Nada como uma metáfora ou uma boa ironia para passar a mensagem àqueles que estão dispostos a entender. Os novos agentes das mudanças sociais deveriam se espelhar no ninjitsu, isto é, movendo-se nas sombras, mas alcançando resultados diretos.

3. Deixando pistas. Além de expor com clareza as implicações por debaixo dos discursos dominantes, é preciso também evitar criar um novo discurso dominante, ou potencialmente dominante. Fazemos isso deixando pistas para que as pessoas movam-se por si sós. Se você usa os brinquedos deles, você cai no jogo deles, a não ser que os subverta. Mas mesmo isso deve ser temporário. Se você se engaja num movimento institucionalizado, eles vão se apossar do seu movimento e transformá-lo em algo inofensivo. Dúvidas são mais fáceis de plantar do que certezas. Alguns governantes e empresários sem senso de estratégia ainda acreditam que manifestantes são realmente perigosos, e isso faz com que eles se sintam perigosos.

4. Comunicação não-verbal. As únicas pessoas que vão entender o que queremos fazer são as pessoas que acompanham nossas ações de perto, e são as únicas que precisam entender. Pessoas confiáveis e próximas a nós. Pessoas com as quais podemos comunicar nossas ações sem dizer quase nada. Ninguém deve seguir ordens, não deve haver estrutura organizacional sólida, pois quanto mais sólida ela for, mais fácil será de atingir.

5. Ação pela não ação. Muitas não ações podem ter mais efeito que as ações. O imposto que você paga vai direto para a construção de armas do sistema de controle. Não há neutralidade. As pessoas que estão ?apenas levando a vida? são as grandes contribuintes do sistema. Há muitas coisas que fazemos automaticamente que são complemente desnecessárias para nós, mas muito necessárias para a manutenção do sistema. Deixar de circular dinheiro é mais efetivo que gastar ?para o bem?.

6. Divergir e divertir. Divergir significa não ficar apenas tentando a mesma estratégia de novo, de novo e de novo. Você não precisa apoiar todos que dizem ser contra o sistema, mas também de nada adianta se opor a eles. Não é ofendendo que você vai mudar alguma coisa. Também precisamos nos divertir. É certo que não é nada divertido ver o massacre feito pelo sistema de controle, mas uma estratégia divertida é mais efetiva que uma estratégia monótona e previsível. Lembre-se que divergir e divertir tem tudo a ver com diversidade. Não podemos ser (ou usar) uniformes.

7. Sabotagem. Você pode fingir cooperação, quando na verdade está ganhando confiança para depois sabotar projetos de dominação. Mas eles também podem fazer isso, e depois que eles descobrirem seu truque eles vão ter um truque a mais para usar. A sabotagem é mais efetiva quando feita não como um plano perfeito, mas como uma obra de arte a ser apreciada. Uma obra de arte não pode ser copiada sem perder o valor, já um truque técnico pode.


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Ass: MagrO

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

VIDEO - Quem é Toniolo?

Justiça = Merda...by Toniolo

"Todo mundo tem medo da JUSTIÇA, o que ela fala todo mundo diz amém. Eu aprendi a lidar com ela. Eu a coloco na P A R E D E."
(Sérgio José Toniolo - Escrivão de Polícia)

Exemplo vivo de Desobediencia Civil nua, crua, espontânea e livre de ideologismos e demagogias. Saindo de dentro da Máquina para enfrentar a Máquina. Eu não preciso apresentá-lo, ele pode falar por si mesmo:




PS: Independente do que essa notoriedade trouxe para o resto da vida de Toniolo (levando em conta que hoje ele se tornou garoto propaganda de marcas que pagam muito caro pelo seu apelo ao jovem consumidor) é um grande exemplo de Ação Direta individual e espontânea. Garanto que todos nós já tivemos vontade de dizer algo para todo mundo ouvir e, obviamente, os muros estão todos por ai, brancos e vazios.
        A pergunta que fica é: tomando o pixador Toniolo como exemplo, até que ponto a mídia tem capacidade de absorver as transgreções e revoltas criadas por ela mesma e transformar isso em dinheiro e marketing. Será que algum dia veremos coquetéis molotovs nas prateleiras dos mercados? Será...

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Ass: MagrO

domingo, 14 de novembro de 2010

GRITO DOS DESCONTENTES


O que uma pessoa faz quando chega ao aterrorizador momento da vida em que percebe que nenhuma das alternativas normais de “formas de viver” faz sentido e, nem ao menos, valem a pena?
Viver a vida toda esperando o dia da “felicidade” é uma ilusão que soa quase como infantil. Trabalhe bastante e, se não está bom assim, trabalhe mais; e se não está bom assim, você está no emprego errado, procure o certo. O problema sempre está em você, e nunca à sua volta. Se as coisas estão ruins a culpa é sempre sua – é o que nossa cultura diariamente nos ensina subliminarmente. Será que a culpa não está no lugar onde você vive?
Qual dos estágios do inferno de Dante é o melhor? É com esse tipo de lógica que nossa cultura trabalha. Afinal, a pergunta certa não seria: qual dos estágios do inferno de Dante é o “menos pior”? – na falta de uma palavra que expresse melhor o terror que é ter que escolher um lugar no inferno. Não quero escolher em que parte do inferno quero viver. Quero descobrir como sair do inferno.
Mas o que fazer? Nada nessa vida poderia me dizer o que fazer. Ops, esqueci, existe uma coisa que minha cultura diz para fazer nessas ocasiões: suicídio. É assim que minha cultura trata suas anomalias. Num passado não muito distante, a regra era essa: se sai da máquina com defeito, joga fora.  A regra agora é outra: se sai da máquina com defeito, não se preocupe, faremos com que ele mesmo se jogue no lixo. É mais ou menos assim que vejo o suicídio, se não é hábil o suficiente para jogar, saia do jogo. Queria eu poder saber uma forma de jogar no outro time. Bom, até que ponto o fato de tratar a vida como um jogo não é indício de que estou imerso bem fundo na “entidade” que faz tudo ser assim, tão ruim? Quem é essa “entidade”? Talvez a cultura que seguimos, talvez eu mesmo, talvez nada. Quem poderia dizer com precisão?
O suicídio não é a melhor saída, pelo menos no momento não parece ser. Pra mim, o suicídio assemelha-se ao entregar-se totalmente á uma droga. Assinar seu pacto de fraqueza e deixar cair suas armas aos pés do inimigo.
Essa é a saída criada pela própria “cultura da in-felicidade” para as anomalias que não conseguem se encaixar em sua massa homogênea e padronizada. Uma saída formulada pelo inimigo não é uma saída confiável. Seu inimigo nunca lhe entregará a salvação, nem por pena nem por nada.
Volto à pergunta: mas o que fazer? Por enquanto, a única coisa que penso ser viável a fazer é, por mais inútil que seja, escrever isso. Registrar uma experiência de descontentamento. Mostrar que em uma cultura que se gaba por oferecer infinitas possibilidades de se tornar feliz, existe um grande problema...
NINGUÉM ESTÁ REALMENTE FELIZ!

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Ass: MagrO