Segue abaixo um fragmento de um artigo de autoria de Filipe Freitas. O texto aborda a possibilidade de transformação que a Educação Ambiental tem neste século XXI. Com uma linguagem simples e instigante, o texto foca-se na ecoalfabetização e na permacultura como modelos de base conceitual e de sistema produtivo sustentáveis. Para fazer o download do artigo inteiro (que tem 6 páginas) clique neste linke: http://www.4shared.com/file/LQ8wpEvD/ecoalfabetizacao-e-permacultur.html
“Acredito que a harmonia com a natureza é possível somente se abandonarmos a idéia de superioridade sobre o mundo natural. Levi Strauss disse que o nosso erro mais profundo é o de sempre julgarmo-nos ‘mestres da criação’, no sentido de estarmos acima dela. Não somos superiores a outras formas de vida; todas as criaturas vivas são uma expressão de Vida. Se pudéssemos ver essa verdade, poderíamos entender que tudo que fazemos a outras formas de vida, fazemos a
nós mesmos. Aquela cultura que compreende isso, jamais, salvo necessidade absoluta, destruirá qualquer ser vivo.” Mollison
Se focarmos nossa atenção no comportamento da sociedade, vamos constatar que estes princípios que promovem a sustentabilidade no âmbito dos ecossistemas não são observados no contexto cultural da humanidade. Vejamos estes princípios:
1. Interdependência – O sucesso de uma comunidade depende do sucesso de cada um de seus membros e o sucesso de cada um dos membros depende do sucesso da comunidade como um todo.
Enquanto as comunidades ecológicas se desenvolvem a partir de um senso de interligação essencial entre seus membros, a cultura humana privilegia uma pequena parte às custas do equilíbrio e da satisfação de necessidades da grande maioria.
2. Ciclos – A natureza recicla tudo, considerando todo resíduo como recurso.
Enquanto as comunidades ecológicas estabelecem ciclos nos quais o resíduo de uma espécie é alimento de outra e, desse modo, os ecossistemas permanecem livres de lixo e rejeito, as comunidades humanas alimentam uma ilusória crença de um crescimento ilimitado às custas dos recursos da Terra, extraindo-os, transformando-os e descartando-os sem que haja um olhar cuidadoso para trazer estes recursos de volta aos ciclos produtivos.
3. Parceria – A natureza recompensa a cooperação. A aliança é uma característica essencial das comunidades sustentáveis.
Enquanto nos ecossistemas maduros as trocas de energia e recursos materiais são sustentadas por uma cooperação generalizada e arranjos intrincados de coevolução, nas comunidades humanas se desenvolveram uma visão econômica que reforça a competição e a dominação e uma visão cultural focada numa suposta escassez estrutural que dá poder aos que têm recursos e fragiliza quem não os tem.
4. Diversidade – A natureza confia na complexidade e valoriza as diferenças.
Enquanto as comunidades ecológicas tornam-se estáveis e recuperam-se dos desequilíbrios por meio da diversidade de suas relações, identificando as perspectivas diferentes como riqueza e vigor do sistema, nas comunidades humanas há uma forte tendência à eliminação da diversidade e uma homogeneização biológica e cultural, com a coexistência de perspectivas diferentes gerando atrito e preconceito.
5. Flexibilidade e Equilíbrio Dinâmico – A natureza inibe os excessos, transformando-se constantemente para conservar sua essência adaptativa e criativa.
Enquanto a natureza está em constante processo de transformação, com os elementos se formando e se desintegrando, se organizando e se dissipando em uma constante dança de nutrientes, a humanidade mantém uma postura cultural de rigidez e apego às antigas estruturas, reforçando práticas nocivas e resistindo às mudanças.
É provável que a não observância desses princípios seja uma das causas essenciais de estarmos destruindo o ambiente do qual dependemos. Como diz o físico Fritjof Capra, “a sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização ecológica, da nossa capacidade de entender esses princípios da ecologia e viver em conformidade com eles”.
Tentando olhar para nós mesmos de uma forma mais sincera, podemos sentir desespero em relação ao estágio que a nossa civilização chegou. Mas ao mesmo tempo que sentimos angustia em constatar a nossa ignorância(no sentido de ignorar), também podemos entrar em contato com pessoas e saberes que proporcionam uma esperança ativa em prol de um modo de vida mais saudável - em um sentido amplo e profundo.
Ass: Matheus
Sobre este espaço
"Existem maneiras de pensar, agir e viver que possam ser mais satisfatórias, emocionantes, e principalmente dignas, do que as formas como pensamos, agimos e vivemos atualmente?"
Um de nossos tantos desejos... Se algum material que colocamos aqui, de alguma forma, estimular você a pensar ou sentir algo, pedimos de coração para que você use estas ideias. Copie, mude, concorde, discorde. A intenção deste blog é incentivar o questionamento e a intervenção das pessoas na sociedade. Pegue os textos, tire xerox, CONVERSE mais, faça por você, faça por todos nós, faça por ninguém. E se quiser, entre em contato(conosco, c/ qualquer um, com o meio, c/ a natureza...) Coletiva e humilde-mente - vive em paz, revolte-se!
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
REVOLTA E TÉDIO
"É assim que as coisas são".
Estas são as palavras de ordem que nos forçam a alimentar a gula da sociedade auto-destrutiva que condena suas vítimas. Esta sentença de que não se pode mudar a realidade social é fortalecida pela nossa condição imposta, de meros espectadores. Consumidores/espectadores em todos setores da sociedade. SENTADOS PERTO OU LONGE DOS ATORES, APLAUDINDO OU VAIANDO, SOMOS MEROS ESPECTADORES.
Os dias vão passando: todos iguais, revoltantes e tediosos. Fazemos parte de tudo o que nos cerca, mas somos levados a pensar que nossa ação não tem força. E assim vamos levando a vida, ou melhor, somos levados por ela. Sem perspectiva de nada. Como se nossa existência se resumisse à obediência e reprodução, servindo a continuidade deste modo de ver e viver que causa tanto sofrimento à humanidade e a natureza. Natureza aliás, da qual fazemos parte, apesar de os fundamentos da nossa civilização dizer que somos exteriores e superiores à natureza. E ainda, pra piorar, este modo de vida é dito e tido como o melhor, o único possível. Sendo assim, somos convencidos a acreditar que qualquer alternativa é pior e inviável.
Nos acostumamos a nos acostumar com o revoltante sem nos revoltarmos. E então vem a pergunta que parece mostrar impotência, mas que PODE revelar força:
"O que é que se pode fazer?"
Quem sabe se mudássemos de postura parando de pensar que "é assim que as coisas SÃO", pra começar a AGIR pensando que "é assim que as coisas ESTÃO". Isto muda tudo. Pois nos tornamos capazes de INTERFERIR na realidade com a qual nos deparamos. É claro que continuamos dentro da máquina do cotidiano, mas podemos assumir a postura de nadar contra a corrente deste rio artificial.
Ass: Matheus
Estas são as palavras de ordem que nos forçam a alimentar a gula da sociedade auto-destrutiva que condena suas vítimas. Esta sentença de que não se pode mudar a realidade social é fortalecida pela nossa condição imposta, de meros espectadores. Consumidores/espectadores em todos setores da sociedade. SENTADOS PERTO OU LONGE DOS ATORES, APLAUDINDO OU VAIANDO, SOMOS MEROS ESPECTADORES.
Os dias vão passando: todos iguais, revoltantes e tediosos. Fazemos parte de tudo o que nos cerca, mas somos levados a pensar que nossa ação não tem força. E assim vamos levando a vida, ou melhor, somos levados por ela. Sem perspectiva de nada. Como se nossa existência se resumisse à obediência e reprodução, servindo a continuidade deste modo de ver e viver que causa tanto sofrimento à humanidade e a natureza. Natureza aliás, da qual fazemos parte, apesar de os fundamentos da nossa civilização dizer que somos exteriores e superiores à natureza. E ainda, pra piorar, este modo de vida é dito e tido como o melhor, o único possível. Sendo assim, somos convencidos a acreditar que qualquer alternativa é pior e inviável.
Não (se) questione!
Nos acostumamos a nos acostumar com o revoltante sem nos revoltarmos. E então vem a pergunta que parece mostrar impotência, mas que PODE revelar força:
"O que é que se pode fazer?"
Quem sabe se mudássemos de postura parando de pensar que "é assim que as coisas SÃO", pra começar a AGIR pensando que "é assim que as coisas ESTÃO". Isto muda tudo. Pois nos tornamos capazes de INTERFERIR na realidade com a qual nos deparamos. É claro que continuamos dentro da máquina do cotidiano, mas podemos assumir a postura de nadar contra a corrente deste rio artificial.
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010
VIDEO - Quem é Toniolo?
Justiça = Merda...by Toniolo |
"Todo mundo tem medo da JUSTIÇA, o que ela fala todo mundo diz amém. Eu aprendi a lidar com ela. Eu a coloco na P A R E D E."
(Sérgio José Toniolo - Escrivão de Polícia)
Exemplo vivo de Desobediencia Civil nua, crua, espontânea e livre de ideologismos e demagogias. Saindo de dentro da Máquina para enfrentar a Máquina. Eu não preciso apresentá-lo, ele pode falar por si mesmo:
PS: Independente do que essa notoriedade trouxe para o resto da vida de Toniolo (levando em conta que hoje ele se tornou garoto propaganda de marcas que pagam muito caro pelo seu apelo ao jovem consumidor) é um grande exemplo de Ação Direta individual e espontânea. Garanto que todos nós já tivemos vontade de dizer algo para todo mundo ouvir e, obviamente, os muros estão todos por ai, brancos e vazios.
A pergunta que fica é: tomando o pixador Toniolo como exemplo, até que ponto a mídia tem capacidade de absorver as transgreções e revoltas criadas por ela mesma e transformar isso em dinheiro e marketing. Será que algum dia veremos coquetéis molotovs nas prateleiras dos mercados? Será...
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terça-feira, 16 de novembro de 2010
POVO LIVRE - reflexões de uns grãos de areia
O texto que segue, foi retirado do informativo anarquista de pelotas "POVO LIVRE". No blog do coletivo Tranca Rua - aliás, o pessoal que produz o "POVO LIVRE" - está disponível para baixar a versão desta que foi a 10° edição do aperiódico: http://coletivotrancarua.noblogs.org/post/2010/10/01/povo-livre-n%C2%B0-10/
Sem querer falar qual ideologia é melhor, acredito que as ideias e ideais sejam livres e possam ser aprendidas pelas pessoas, que por sua vez, as usam( ou infelizmente são usadas por elas) na sua forma de (vi)ver o mundo.
REFLEXÕES DE UM GRÃO DE AREIA
Para mim, o atual modelo de educação é uma grande tortura que só permite a perpetuação da miséria. Escrevo a partir de algumas experiências que tive e ainda tenho em escolas. A escola em quase todos os seus âmbitos é castradora e asfixiante e não proporciona, na maioria das vezes, as vivências que na minha opinião são básicas para a sobrevivência: plantar, cuidar, colher e observar uma plantinha, por exemplo. Ao invés disso reproduz os modelos de prêmios e castigos, vencedores e perdedores, inteligentes e burros. Uma nova criação estética é o mínimo que se espera de cada um@ d@s autor@s, acadêmic@s ou não, que já, há muito tempo, observaram e criticaram este sistema. O fato é que as escolas, mesmo com os discursos mais “progressistas”, praticam um ensino reprodutivo da miséria humana. Não podemos esquecer, porém, que a escola é formada por pessoas que assumem o papel de carrasc@ ou se consideram indiferentes ou impotentes. Optar pela apatia não é “não escolher”, mas se deixar levar pelas correntes dos fatos que nos trouxeram ao nosso atual estado de incoerências e desolações.
Sabemos que o E$tado obriga e controla que “toda criança esteja na escola” e de fato é isso que acontece: a escola gerencia o universo das crianças, sem esquecer do importante papel da mídia de massas (principalmente televisão, e mais recentemente, a internet) nesse gerenciamento. É a escola que afirma ou confirma a maneira “certa de viver”, ou seja: respeitar hierarquias, produzir o conhecimento passivamente, estimular a competição e principalmente, subestimar a capacidade das crianças.
Existe uma pressão para que @ jovem comece a trabalhar o quanto antes: por parte da família para que el@ ganhe “seu próprio dinheiro” e por parte das articulções capitalísticas (e$cola, E$tado, mídia...) que precisam da mão-de-obra barata e submissa e da energia d@ jovem. A escola antes tinha o explícito objetivo de preparar para o mercado de trabalho e hoje de preparar para a “vida”, que nada mais é do que o trabalho, a família nuclear (padrão pai, mãe, filh@s, cada um@ com um papel bem definido), a submissão às leis, regras, normas e hierarquias. Dessa forma a escola se constitui com um conjunto de regras muito bem definidas em que as crianças não têm participação nenhuma na elaboração. Além disso, a atomização e especialização do trabalho e da “cadeia produtiva” levam @s indivídu@s a saberem quase que unicamente sobre aquilo com que trabalham, nesse sentido a escola (com raras exceções) se resume a ensinar o “conhecimento técnico-científico”, usual unicamente nos aglomerados urbanos, capitalistas, nacionalistas, machistas e etc.
Este ciclo de degradação, do qual eu também já fiz parte como alun@ e cidadã@ tem de ser rompido se queremos uma vida melhor para nós. Na minha opinião uma vida melhor é aquela que me possibilita liberdade e autonomia. Liberdade para fazer aquilo que acho massa e autonomia para me emancipar em todos os sentidos e poder assim desenvolver todas as minhas potencialidades. Enquanto seres vivos que somos, autonomia e autogestão podem se confundir. Escrevo isso porque penso na comida, nos nossos alimentos, ou seja, na nossa auto suficiência. Tendo as coisas básicas para sobreviver (um local para morar [terra], água, alimentos de verdade), podemos nos ocupar em produzir outras coisas (música, poesia, artesanato), passar o que sabemos adiante, em resumo, podemos fazer o que quisermos. Estou convencido de que uma vida de princípios anarquistas, agroecológicos, permaculturais... pode nos integrar à natureza, e a partir do apoio mútuo e da autogestão podemos tod@s viver muito melhor.
Creio que devemos voltar a produzir nosso próprio alimento, sem o uso de qualquer produto químico (agro-Tóxico) e sem o consumo de combustíveis fósseis (ga$olina, óleo die$el e etc.) Qualquer recurso não renovável que seja utilizado é uma incoerência muito grande, visto que a natureza já proporciona todos os recursos (renováveis) que precisamos para viver. As monocultura$ e os latifúndio$ do agronegócio, aliados aos “avanços” técnico-científicos, só tem exaurido os solos, rios, lagos, dizimado matas, florestas e produzido alimentos envenenados. Vamos okupar as terras! Algumas pesquisas têm dito que o cultivo agroecológico (quanto mais complexo melhor) é mais produtivo que o convencional, além de preservar o que é nativo, não usar veneno e usar ao mínimo os combú$tíveis fó$$eis. Na minha opinião isso só pode dar certo diminuindo consideravelmente também o consumo de carne, não só por uma questão de respeito à vida, mas também porque em termos de produção de alimento, a criação de animais é um fracasso (pela proporção: quantidade de alimento/espaço) .
Enquanto existir a monocultura e o latifúndio, geridos por essa lógica do lucro e acumulação, vai existir a fome e a miséria. Com a população do tamanho que está hoje, para algun@s terem tanto, muit@s não podem ter nada. Nas minhas “práticas educativas” tento passar a diante os princípios anarquistas e agroecológicos, propondo uma nova forma de se relacionar e viver.
Hoje estou confiante de que essas idéias podem se multiplicar a ponto de quebrarmos essa corrente do capitalismo. Mas não podemos esquecer das crianças que na maioria das vezes não tem nenhum contato com as ideias e ações libertárias, mesmo que muitas também sonhem com a anarquia, à sua maneira. Por isso proponho que okupemos também os locais de convívio e “aprendizagem” das crianças, e criemos novos espaços, para subvertermos essa ordem perversa na qual as crianças nascem e crescem.
Existe uma pressão para que @ jovem comece a trabalhar o quanto antes: por parte da família para que el@ ganhe “seu próprio dinheiro” e por parte das articulções capitalísticas (e$cola, E$tado, mídia...) que precisam da mão-de-obra barata e submissa e da energia d@ jovem. A escola antes tinha o explícito objetivo de preparar para o mercado de trabalho e hoje de preparar para a “vida”, que nada mais é do que o trabalho, a família nuclear (padrão pai, mãe, filh@s, cada um@ com um papel bem definido), a submissão às leis, regras, normas e hierarquias. Dessa forma a escola se constitui com um conjunto de regras muito bem definidas em que as crianças não têm participação nenhuma na elaboração. Além disso, a atomização e especialização do trabalho e da “cadeia produtiva” levam @s indivídu@s a saberem quase que unicamente sobre aquilo com que trabalham, nesse sentido a escola (com raras exceções) se resume a ensinar o “conhecimento técnico-científico”, usual unicamente nos aglomerados urbanos, capitalistas, nacionalistas, machistas e etc.
Este ciclo de degradação, do qual eu também já fiz parte como alun@ e cidadã@ tem de ser rompido se queremos uma vida melhor para nós. Na minha opinião uma vida melhor é aquela que me possibilita liberdade e autonomia. Liberdade para fazer aquilo que acho massa e autonomia para me emancipar em todos os sentidos e poder assim desenvolver todas as minhas potencialidades. Enquanto seres vivos que somos, autonomia e autogestão podem se confundir. Escrevo isso porque penso na comida, nos nossos alimentos, ou seja, na nossa auto suficiência. Tendo as coisas básicas para sobreviver (um local para morar [terra], água, alimentos de verdade), podemos nos ocupar em produzir outras coisas (música, poesia, artesanato), passar o que sabemos adiante, em resumo, podemos fazer o que quisermos. Estou convencido de que uma vida de princípios anarquistas, agroecológicos, permaculturais... pode nos integrar à natureza, e a partir do apoio mútuo e da autogestão podemos tod@s viver muito melhor.
Creio que devemos voltar a produzir nosso próprio alimento, sem o uso de qualquer produto químico (agro-Tóxico) e sem o consumo de combustíveis fósseis (ga$olina, óleo die$el e etc.) Qualquer recurso não renovável que seja utilizado é uma incoerência muito grande, visto que a natureza já proporciona todos os recursos (renováveis) que precisamos para viver. As monocultura$ e os latifúndio$ do agronegócio, aliados aos “avanços” técnico-científicos, só tem exaurido os solos, rios, lagos, dizimado matas, florestas e produzido alimentos envenenados. Vamos okupar as terras! Algumas pesquisas têm dito que o cultivo agroecológico (quanto mais complexo melhor) é mais produtivo que o convencional, além de preservar o que é nativo, não usar veneno e usar ao mínimo os combú$tíveis fó$$eis. Na minha opinião isso só pode dar certo diminuindo consideravelmente também o consumo de carne, não só por uma questão de respeito à vida, mas também porque em termos de produção de alimento, a criação de animais é um fracasso (pela proporção: quantidade de alimento/espaço) .
Enquanto existir a monocultura e o latifúndio, geridos por essa lógica do lucro e acumulação, vai existir a fome e a miséria. Com a população do tamanho que está hoje, para algun@s terem tanto, muit@s não podem ter nada. Nas minhas “práticas educativas” tento passar a diante os princípios anarquistas e agroecológicos, propondo uma nova forma de se relacionar e viver.
Hoje estou confiante de que essas idéias podem se multiplicar a ponto de quebrarmos essa corrente do capitalismo. Mas não podemos esquecer das crianças que na maioria das vezes não tem nenhum contato com as ideias e ações libertárias, mesmo que muitas também sonhem com a anarquia, à sua maneira. Por isso proponho que okupemos também os locais de convívio e “aprendizagem” das crianças, e criemos novos espaços, para subvertermos essa ordem perversa na qual as crianças nascem e crescem.
Bobe Bleque
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domingo, 14 de novembro de 2010
GRITO DOS DESCONTENTES
O que uma pessoa faz quando chega ao aterrorizador momento da vida em que percebe que nenhuma das alternativas normais de “formas de viver” faz sentido e, nem ao menos, valem a pena?
Viver a vida toda esperando o dia da “felicidade” é uma ilusão que soa quase como infantil. Trabalhe bastante e, se não está bom assim, trabalhe mais; e se não está bom assim, você está no emprego errado, procure o certo. O problema sempre está em você, e nunca à sua volta. Se as coisas estão ruins a culpa é sempre sua – é o que nossa cultura diariamente nos ensina subliminarmente. Será que a culpa não está no lugar onde você vive?
Qual dos estágios do inferno de Dante é o melhor? É com esse tipo de lógica que nossa cultura trabalha. Afinal, a pergunta certa não seria: qual dos estágios do inferno de Dante é o “menos pior”? – na falta de uma palavra que expresse melhor o terror que é ter que escolher um lugar no inferno. Não quero escolher em que parte do inferno quero viver. Quero descobrir como sair do inferno.
Mas o que fazer? Nada nessa vida poderia me dizer o que fazer. Ops, esqueci, existe uma coisa que minha cultura diz para fazer nessas ocasiões: suicídio. É assim que minha cultura trata suas anomalias. Num passado não muito distante, a regra era essa: se sai da máquina com defeito, joga fora. A regra agora é outra: se sai da máquina com defeito, não se preocupe, faremos com que ele mesmo se jogue no lixo. É mais ou menos assim que vejo o suicídio, se não é hábil o suficiente para jogar, saia do jogo. Queria eu poder saber uma forma de jogar no outro time. Bom, até que ponto o fato de tratar a vida como um jogo não é indício de que estou imerso bem fundo na “entidade” que faz tudo ser assim, tão ruim? Quem é essa “entidade”? Talvez a cultura que seguimos, talvez eu mesmo, talvez nada. Quem poderia dizer com precisão?
O suicídio não é a melhor saída, pelo menos no momento não parece ser. Pra mim, o suicídio assemelha-se ao entregar-se totalmente á uma droga. Assinar seu pacto de fraqueza e deixar cair suas armas aos pés do inimigo.
Essa é a saída criada pela própria “cultura da in-felicidade” para as anomalias que não conseguem se encaixar em sua massa homogênea e padronizada. Uma saída formulada pelo inimigo não é uma saída confiável. Seu inimigo nunca lhe entregará a salvação, nem por pena nem por nada.
Volto à pergunta: mas o que fazer? Por enquanto, a única coisa que penso ser viável a fazer é, por mais inútil que seja, escrever isso. Registrar uma experiência de descontentamento. Mostrar que em uma cultura que se gaba por oferecer infinitas possibilidades de se tornar feliz, existe um grande problema...
NINGUÉM ESTÁ REALMENTE FELIZ!
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010
O MICRO-MUNDO ENTRE NOSSOS CARROS E NOSSA CIVILIZAÇÃO
Quanto mais nossa civilização avança em alta velocidade – com um veículo sem freios - pela auto-estrada do “progre$$o”, mais as pessoas sofrem as conseqüências dessa corrida sem fim. Vemos se aproximar cada dia mais o fim desse caminho, e nele está escrito: ‘RUA SEM SAÍDA – FAÇA O RETORNO’. Porém, nosso veículo já está no limite de velocidade e sem freios, incapacitado de parar – e muito menos de ‘retornar’.
Algumas pessoas, com suas visões turvas pela alta velocidade e entorpecidos pela adrenalina de ser ‘O MAIS VELOZ’, não conseguem ler o que diz na placa e seguem cegas, querendo acelerar mais e mais. Outras, já acostumadas com a velocidade, lêem com medo o que a placa alerta, mas, já viciados a viver nessa corrida “sem fim”, inventam mentiras para se auto-convencerem de que a placa é falsa e, para manter a velocidade do carro, disseminam essa mentira iludindo qualquer pessoa que tente se esforçar para entender os alarmes espalhados pela rua – destroços de carros antigos que alertam para os perigos desse caminho - que os outros passageiros ignoram.
Esse veículo está lotado, seu limite de espaço já foi ultrapassado há muito tempo. As pessoas se aglutinam e, quando uma se irrita com a falta de mobilidade, empurra uma mais fraca pela janela...: “É só um a menos, agora todos tem mais espaço” - é o que dizem...porém, no instante seguinte surgem mais dois novos passageiros para ocupar o lugar do último sacrificado. E o pior de tudo é que, mesmo amontoados e grudados uns aos outros, os passageiros não se conhecem e mal se olham nos olhos. Toda uma vida espremidos uns nos outros e ainda assim não desejam se conhecer e aprender uns com os outros. Todos sofrem do mesmo mal, todos são passageiros do mesmo veículo, todos são “iguais”, mas se esforçam para exaltar suas diferenças. Eles se odeiam. Odeiam uns aos outros só pela existência dos outros. Odeiam o fato do outro estar ocupando um lugar que poderia ser seu. Eles cobiçam o assento confortável do motorista e protestam por não terem oportunidade de assumir o volante. Mas não conseguem perceber que o motorista será o primeiro a morrer quando a estrada chegar ao seu fim.
E assim seguem sua viagem entediante, desconfortável, sem rumo, insana e suicida. Continuam esperando chegar ao destino que nem mesmo conhecem, jogando uns aos outros pelas janelas, cobiçando os espaços dos outros, odiando uns aos outros, sonhando em se tornarem O MOTORISTA e nem ao menos se preocupando em tentar enxergar o que os avisos tentam lhes dizer.
CONTINUAM ACHANDO QUE SÓ PRECISAM IR MAIS RÁPIDO PARA CHEGAREM LOGO ONDE DEVEM CHEGAR.
E o mais triste é saber que eles já são tantos que podem parar esse carro facilmente. Só precisam acabar com os poucos motoristas que dirigem essa diligência rumo ao fim. Só precisam perceber que seu problema não é a falta de espaço, nem a incapacidade de alcançar o volante, nem mesmo o enjôo pela alta velocidade que o veículo proporciona, mas sim, enxergar que o próprio veículo é o problema.
JÁ NÃO SEI SE AINDA É POSSÍVEL PARAR ANTES DO FIM DA ESTRADA, MAS SEI QUE O MÍNIMO QUE ESSES PRISIONEIROS PODEM FAZER É PROVOCAR UM ACIDENTE. QUEM SABE ASSIM ALGUÉM POSSA SOBREVIVER E CONTAR AOS SEUS FILHOS TODOS OS PERIGOS DA VELOCIDADE.
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Ass: MagrO
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terça-feira, 9 de novembro de 2010
VIDEO: Sociedade Sem Escolas - Ivan Illich
Ivan Illich sonhou com um aprendizado livre de imposições do poder institucional. Esse sonho não é nenhuma grande utopia inalcançavel, nem mesmo um sistema inviável e, apesar disso, possui um poder de tranformação monstruoso. Quem sabe, esse potêncial de emancipação que uma sociedade sem escolas (ou, pelo menos, sem as escolas como as conhecemos hoje) pode ter, seja a própria causa do descaso com que essa questão é debatida entre os Dono$ da Educação Institucionalizada tradicional.
"A escola parece estar destinada a ser a igreja universal de nossa cultura em decadência."
Ivan Illich
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Ass: MagrO
"A escola parece estar destinada a ser a igreja universal de nossa cultura em decadência."
Ivan Illich
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010
DIVULGAÇÃO: 1ª MOSTRA ARTÍSTICA DO IFRS Campus Rio Grande
Divulgação de mostra artística em Rio Grande:
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Nos dias 4 e 5 de novembro (próxima quinta e sexta) das 14 às 20 hs
vai acontecer uma mostra artística no IFRS Campus Rio Grande(antigo CTI)
Como diz o nome da instituição, o lugar onde acontecerá será na cidade de Rio Grande/RS
Vai rolar mostra de Artes Visuais, Teatro, Música, Declamação(é assim que se fala? de poesia, prosa, conto, manifesto e qualquer coisa que queiram expressar) e uma exposição de Fanzines(organizado pelo Coletiva_mente)
O evento é aberto para tod@s que queiram assistir e PARTICIPARQuem se interessar em participar é só entrar em contato comigo ou com Maryan A.
e-mail: nicollecrys@hotmail.com ou mary.ale2@hotmail.com
telefone: (53)8447-7269 ou (53)9157-4003
vai acontecer uma mostra artística no IFRS Campus Rio Grande(antigo CTI)
Como diz o nome da instituição, o lugar onde acontecerá será na cidade de Rio Grande/RS
Vai rolar mostra de Artes Visuais, Teatro, Música, Declamação(é assim que se fala? de poesia, prosa, conto, manifesto e qualquer coisa que queiram expressar) e uma exposição de Fanzines(organizado pelo Coletiva_mente)
O evento é aberto para tod@s que queiram assistir e PARTICIPARQuem se interessar em participar é só entrar em contato comigo ou com Maryan A.
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telefone: (53)8447-7269 ou (53)9157-4003
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terça-feira, 2 de novembro de 2010
Petição para um zoológico "lógico"
Não sei se todos sabem, mas as duas únicas girafas existentes no Zoológico de Sapucaia morreram esse ano (entre julho e setembro). A primeira girafa faleceu de um suposto resfriado, e a outra, morreu dias depois de solidão e também de resfriado.
Mas todos sabemos que esses não foram os reais motivos de suas mortes. Quem já foi a esse Zoológico -ou em qualquer outro- vê nos olhos daqueles animais enjaulados o desespero e a saudade de casa! Animais de pequeno e grande porte, ficam cercados por grades de ferro, expostos como brinquedos em uma vitrine, para quê? Para que as pessoas possam ficar diante de um animal feroz ou raro, ver ao vivo e não em uma TV!
Isso só mostra o egoísmo que temos para com os nossos semelhantes. Ninguém nunca pensou que enjaulando, expondo, o retirando de seu habitat natural, vai acarretar em mais espécies em extinsão? E que essa cruel diversão de ver animais em zoológicos é uma das maiores causadoras de sofrimento e morte de animais?
Para suprir a falta das girafas no zoo de Sapucaia, querem trazer mais duas da África, tirar mais dois animais de seu habitat natural. Para que isso não aconteça, está rolando um abaixo assinado para que elas fiquem lá!! Esse pode ser um dos primeiros passos para acabar de vez com importação de animais livres, e dar um basta em animais nos zoológicos!
Abaixo a matéria que saiu na Zero Hora sobre o ocorrido com as girafas e sobre a petição:http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a3090294.xml
O link da petição para quem quer assinar!!
http://www.petitiononline.com/FZB2010/petition.html
Ass: Livia
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