Sobre este espaço

"Existem maneiras de pensar, agir e viver que possam ser mais satisfatórias, emocionantes, e principalmente dignas, do que as formas como pensamos, agimos e vivemos atualmente?"


Um de nossos tantos desejos... Se algum material que colocamos aqui, de alguma forma, estimular você a pensar ou sentir algo, pedimos de coração para que você use estas ideias. Copie, mude, concorde, discorde. A intenção deste blog é incentivar o questionamento e a intervenção das pessoas na sociedade. Pegue os textos, tire xerox, CONVERSE mais, faça por você, faça por todos nós, faça por ninguém. E se quiser, entre em contato(conosco, c/ qualquer um, com o meio, c/ a natureza...) Coletiva e humilde-mente - vive em paz, revolte-se!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

AINDA QUE SEGURE O VOLANTE, É SEU CARRO QUEM CONDUZ SUA VIDA PELAS RUAS DA CONTRADIÇÃO.




As ruas são de todos. De todos que têm coragem suficiente para enfrentá-las. Em meio urbano, existem poucos ambientes mais hostís para o homem do que as avenidas, estradas e ruas que rasgam nossas paisagens. Em nosso modo de vida, a forma mais fácil de sofrer um acidente fatal é sendo atropelado por um automóvel. Isso é assustador, e mais ainda quando lembramos que atravessamos uma a cada 50 passos que damos em nossas cidades.


Se as ruas são de todos os homens, então deveriam ser adequadas às necessidades do homem. Mas como a rua pode ser algo adequado às necessidades humanas se a cada momento que estamos nela, corremos sério risco de vida?

Isso acontece porque, na verdade, as ruas não foram feitas para o homem, mas sim para os automóveis. Elas foram projetadas visando o bom funcionamento do tráfego de veículos, mas nunca o bem estar das vidas que a utilizam, e muito menos às vidas em seu entorno. A rua é de todos e para todos; de todos os carros e para todos os carros.

As ruas são territórios roubados. São espaços que foram tomados do homem e transformados para se adaptarem às necessidades das máquinas. O homem não se preocupa hoje em fazer com que seu transporte se adapte às características do terreno, mas sim, preocupa-se em adaptar o terreno ao transporte que lhe agrada usar. Derruba os montes, aplaina as dunas, derruba as matas, aterra os banhados e extermina os animais. Homens e animais sofrem. Tudo para construir uma cicatriz de concreto na pele do mundo. Onde irão trafegar máquinas de metal supervelozes que, ao menor descuido (e nós humanos somos ótimos em cometer descuidos) podem matar pessoas. E por mais que você já não se preocupe mais tanto, a fumaça dos carros ainda polui nosso ar, e sempre irá poluir. Esse preço é caro demais a pagar pelo nosso desejo de chegar mais rápido.

Não quero dizer que devemos destruir as estradas, queimar os carros ou vivermos presos em nossa casa (a não ser que isso seja de sua preferencia). Só desejo relembrar que, apesar de necessário no estágio em que nossa sociedade se encontra, o transporte por automóveis parte de premissas e conceitos nocivos a nossa humanidade. Se trata de remodelar o ambiente para que ele se adapte aos nossos fetiches sociais. É um exemplo de nossa desconexão com a natureza. Somos os únicos animais que não tentam se adaptar ao ambiente, mas sim, que adapta o ambiente aos seus desejos. As consequências disso não são novidade: morte de pedestres, destruição de espaços naturais para construção de ruas, poluição do ar, poluição sonora e visual, estresse, impaciência, perda da noção de perigo, necessidade de consumo de automóveis caros, crescimento das grandes empresas automotivas multinacionais, e muitas outras que você pode perceber olhando para as ruas com um olhar mais crítico.

Ainda assim, dependemos dos automóveis, assim como dependemos de armas e drogas. O que nos resta é repensar até que ponto o risco vale a pena. Desenvolver uma capacidade de discernimento quanto aos malefícios que nossos costumes podem gerar é um começo. Num segundo passo, podemos pensar novas formas de nos locomover dentro da cidade, e até para fora dela. Devemos pensar no que não está mais funcionando e propor algo novo, que não seja apenas mais do mesmo ou o mesmo disfarçado.


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Ass: MagrO

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

VIREMOS NADA, SOMOS TUDO...

“... Muros e bandeiras nas fronteiras do tudo... Ou do nada?”


São os nomes, considerando seus acarretados atributos, devidamente separados e distribuídos. O nome (no exercício de classificar e dividir) remete diretamente ao domínio. A domesticação é um exemplo prático, pois tal interação se dá através de um contato basicamente hierárquico, por assim dizer. Uma interação entre um dono e um dominado, logo servo. É claro, o homem moderno é gloriosamente soberano, ostentado sob os tijolos de sua tecnologia "sobrenatural" ou das coisas ditas “humanas.” As definições são celas, registradas na teia da escravidão. Assim como em línguas e bandeiras, as distâncias são decretadas, estipulando limites. Solitários animais, amarrados a seus respectivos grupos e cargos, em frágeis compatibilidades, obsessivas competições e assassinos interesses possessivos, associados comercial e condicionalmente.

A exposição ao tudo, seja no vento, no mar ou na liberdade mental, é a chave da independência, e independentemente da palavra, resgatará relações afetivas e naturais da obsessiva gaiola do ego...

Rafael