Sobre este espaço

"Existem maneiras de pensar, agir e viver que possam ser mais satisfatórias, emocionantes, e principalmente dignas, do que as formas como pensamos, agimos e vivemos atualmente?"


Um de nossos tantos desejos... Se algum material que colocamos aqui, de alguma forma, estimular você a pensar ou sentir algo, pedimos de coração para que você use estas ideias. Copie, mude, concorde, discorde. A intenção deste blog é incentivar o questionamento e a intervenção das pessoas na sociedade. Pegue os textos, tire xerox, CONVERSE mais, faça por você, faça por todos nós, faça por ninguém. E se quiser, entre em contato(conosco, c/ qualquer um, com o meio, c/ a natureza...) Coletiva e humilde-mente - vive em paz, revolte-se!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dirigindo CARROS e cavalgando BOMBAS

        Você já percebeu alguma vez em sua vida que quanto mais rápido fazemos algo, mais temos pressa?

        É assim que vivemos nossas vidas. Sempre com pressa. Sempre tentando chegar, o mais rápido e confortavelmente possível, em lugares que nem ao menos desejamos estar. Pessoas compram carros velozes e motos ágeis para irem trabalhar em empregos que detestam. Pessoas usam os ônibus lotados e caros para irem ás escolas que, no fundo, acham um grande saco. E assim seguimos, tentando chegar cada vez mais rápido. Sempre preocupados com o trajéto, mas nunca com o destino.

        Todos nós sabemos que a cultura de usar carros particulares é mortal para nós, para os outros e até para o meio ambiente. Sabemos que sempre que saímos de casa dirigindo um carro, estamos aumentando as chances de causar um acidente grave onde, além de nós mesmos, podemos acabar com a vida de outras pessoas. Sabemos que a cada dia que saímos de casa dirigindo um carro, estamos contribuindo para a degradação insana do meio ambiente natural onde vivemos. Mas, ainda assim, saímos de casa dirigindo nossas luxuosas e (IN)úteis máquinas de destruição.

       Mas como culpar os motoristas solitários, presos voluntários em suas caixas ambulantes de metal e vidro? Afinal, a culura de nossa civilização levantou o carro em um pedestal de ouro, como se fosse uma relíquia, uma medalha. Na cultura do "ter é ser", TER um carro significa SER como o carro. Quanto mais bonito, veloz, potente e caro é seu automóvel, mais bonito, eficiente, e rico você é. É assim que as pessoas de minha geração enxergam essa praga motorizada.
  
       É só visitar uma cidade grande como São Paulo, Rio de Janeiro etc. que você perceberá que, em nosso futuro, não existirá tantos automóveis. O futuro não terá tantos carros, o futuro NÃO PODE ter tantos carros. Com tantos automóveis como há hoje, e com o aumento assutadoramente crescente de carros que são produzidos e vendidos a cada dia, não haverá futuro. Hoje, uma das práticas mais insustentáveis que cultivamos é a cultura, ou talvez encaixe melhor "loucura", de querer ter carro como um símbolo de status.

        Não estou te culpando se você adora automóveis e diz que nunca deixará de ter um. Afinal, o automóvel é o novo ópio do povo. Comprar um carro, em nossa cultura, é a forma mais fácil de agradar as pessoas à sua volta. É uma forma de ser bonito para todos, sem precisar se dar ao trabalho de procurar alguém que te ache bonito pelo que você é. É uma forma fácil de ser requisitado pelos amigos, sem precisar se dar ao trabalho de mostrar sua importância para eles pela sua personalidade. É uma forma fácil de adquirir status, sem precisar lutar tantas outras batalhas que te elevem ao mesmo nível. As consequências? Pouco importam. Afinal, todo dia nossa cultura sussurra em nosso ouvido:

"Já está tudo perdido, cedo ou tarde tudo acabará, não há como mudar. Aproveite o dia de hoje, e só se preocupe com as consequêcias se elas atingirem você"


Estamos cavalgando em uma bomba atômica... e só conseguimos pensar em quão legal e divertido isso é.
      





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Ass: MagrO

Um comentário:

  1. Gostei do post e especialmente da conclusão, que faz uma crítica ao uso que esta cultura faz do discurso do "carpe diem". Muito bom.

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